A CIDADE E A REGIÃO   

          O Município de Manhumirim está situado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, na Microrregião de Manhuaçu. Os principais cursos d’água que banham suas terras são o Rio José Pedro e o Rio Jequitibá, este na zona urbana, componentes da Bacia do Rio Doce.

          Distando 311 km de Belo Horizonte, Manhumirim faz fronteira com município de Iúna no Estado do Espírito Santo na sua porção leste e divisa ainda com os seguintes municípios mineiros: Alto Jequitibá, Manhuaçu, Alto Caparaó, Luisburgo e Martins Soares.

           Servido pelas BR-116 e BR-262, dista, ainda, 240 km de Vitória, 445 km do Rio de Janeiro, 788 km de São Paulo e 1.056 km de Brasília.

            Possui hoje, depois das últimas emancipações de distritos, uma área de 295 km2. O seu relevo apresenta 70% de características montanhosas, 20% onduladas e apenas 10% planas. A altitude máxima, de 1.449 metros, situa-se na Serra do Ouro e a mínima, de 514 metros, na Fazenda Córrego das Flores. Na praça Padre Júlio Maria, localizada no centro da cidade, a altitude é de 589 metros.

Dados populacionais do Censo 2010:

EVOLUÇÃO URBANA 

             De origem Tupi Guarani, Manhumirim significa rio pequeno ou manã-mirim garoa (chuva) pequena. A denominação original do município é Pirapetinga, existindo divergências quanto ao significado desta palavra indígena. Um significado adotado é salto do peixe branco e o outro é apenas peixe de cor esbranquiçada, espécie muito comum em todos os rios e córregos da região; pira= peixe, tinga= branco.

            A área urbana desenvolveu-se às margens de três pequenos rios: o rio Jequitibá, o Pirapetinga e o do Ouro. O Jequitibá começa na serra da Vargem Grande e se prolonga até o rio Manhuaçu. Os outros dois são afluentes do Jequitibá, sendo que o primeiro nasce na Serra do Bonfim, não possui mais do que vinte quilômetros de extensão e recebe a contribuição de vários córregos. Já o do Ouro deságua a menos de um quilômetro abaixo do Pirapetinga e tem esta denominação devido aos aluviões de ouro encontrados em seu leito no Brasil colonial.

            A Estrada D. João VI, aberta no início do século XIX, passava justamente onde está implantada a cidade hoje e foi sem dúvida um chamariz para aventureiros e desbravadores.

            Os primeiros habitantes de que se tem notícia comprovada são os da família Cunha, que chegaram à região por volta de 1865 e cujo chefe era de origem portuguesa. 

            “Paula Cunha apoderou-se de algumas sesmarias de terra banhadas pela águas do Jequitibá, Pirapetinga e do Ouro. Ergue sua “casa grande” às margens deste ribeirão, no local onde desemboca o córrego da Limeira. Daí administrava todo o seu vasto latifúndio. Sua sede passou à história como sendo a “Fazenda do Ouro”.

            A estrada D. João VI, o Rio Manhuaçu e o comércio de terras, atraindo agricultores de outras localidades, permitiu que a região fosse conhecida como terra boa para “plantar e criar”.

            O primeiro templo religioso foi construído em terras doadas pela família Cunha, entre 1870 e 1900, em homenagem ao Senhor Bom Jesus. “Com essa doação, o lugar passou a ser chamado Senhor Bom Jesus do Pirapetinga, e as primeiras casas, formando a povoação, começam a surgir.” 

            O distrito de Pirapetinga foi criado pela Lei Provincial nº 1240, de 29 de agosto de 1864 (DATA EQUIVOCADA), subordinado ao município de Manhuaçu, tendo seu início na Praça central (atual Getúlio Vargas). 

            Segundo o historiador Pe. Demerval Alves Botelho há registros de que “não obstante aquela situação de lugarejo,...,foi elevado a Distrito de Paz pela lei provincial nº 2.407 de 05/11/1877.”  *(ESTA É A DATA CORRETA DA FORMAÇÃO DO DISTRITO DE MANHUMIRIM em 1877, REALMENTE SUBORDINADO A MANHUAÇU. A LEI CITADA ACIMA, QUE CITA O ANO DE 1864 SE REFERE A OUTRA PIRAPETINGA, DISTRITO DE ALÉM PARAÍBA, QUE POSSUÍA O MESMO NOME. Observação confirmada pelo Padre Demerval, em documento entregue à Câmara em 2008).

            Com a chegada de novos desmatadores - agricultores e comerciantes ainda no final do século, o lugar começa a ter vida e feição nova. Proliferam as lavouras de café e com elas vieram os compradores, comerciantes, dinheiro e progresso para a região.

            Em 1881, Pirapetinga foi elevado à categoria de Freguesia e já era sede de administração eclesiástica, como capela de São Lourenço de Manhuaçu.

            Os três primeiros bairros Pirapetinga foram o Roque, que teve início em 1887 e teve sua igreja construída em 1912, o Isidoro, que recebeu suas primeiras casas por volta de 1905, e o bairro do Sapo, iniciado também no início do século.

            Em 1914, chegam a Pirapetinga os trilhos da estrada de ferro “Leopoldina Railway”fato que sem dúvida nenhuma provocou novo surto de desenvolvimento. 

           “A influência da Estrada foi tão extraordinária que deslocou o centro da vila para a tradicional Praça da Estação. Naqueles idos, a área entre a Estrada e o rio era meio pantanosa. Foram aparecendo as primeiras construções, o terreno sendo drenado... Foi o primeiro passo para o Distrito de Paz emancipar-se e ter vida própria. O fato que chama a atenção é que, na fachada da sede escreveu-se ... MANHUMIRIM.”

            A Lei Estadual nº 843, de 07 de setembro de 1923 instituiu o município de Manhumirim e sua instalação ocorreu em 16/03/1924 com três distritos: o da sede (antigo Pirapetinga), o de Dores do José Pedro (Durandé a partir de 1929) e o de Presidente Soares (ex-Jequitibá, hoje Alto Jequitibá).  Nessa mesma data também foi instalada a primeira Câmara Municipal. 

Fonte: ALBUQUERQUE, Modesto Starling -  Plano Global de Emergência, março de 1997;