“As pessoas precisam entender o que significa ter um tesouro como o Parque Sagui”

por Assessoria de Comunicação publicado 08/12/2019 17h15, última modificação 08/12/2019 17h32
"Não abandonei o parque, foi o parque que me abandonou", disse Ralph Silveira, ex-diretor do Sagui.
“As pessoas precisam entender o que significa ter um tesouro como o Parque Sagui”

Ralph Silveira na tribuna: Destacou a importância do Parque Municipal Sagui da Serra para a preservação do meio ambiente.

A fala é de Ralph Silveira que ao longo de 20 anos cuidou do Parque Municipal Sagui da Serra desde a época de sua criação e falou na tribuna da Câmara para contar o que vem acontecendo com o parque, suas dificuldades, porque acabou impedido de cuidar do local e a luz no fim do túnel.

Ele começou falando sobre as prioridades quando se tem um parque, no caso do Sagui, com 300 hectares de floresta, sendo o maior parque de Minas Gerais, com mata contínua de altitude. “Temos ali um ambiente muito mais complexo de plantas e animais do que em muitos locais e é nosso, nosso orgulho”, disse.

Ralph, que era diretor do parque, contou que fica triste quando ouve pessoas dizendo que lá está sujo, que precisa fomentar o turismo, mas alertou que tudo isto é importante, mas complementar. E listou as prioridades começando pela mais importante: Preservação ambiental, fornecimento de água, educação ambiental e  turismo.  

Preservação ambiental

“Um parque é criado principalmente para proteção do meio ambiente e a área ser preservada para as gerações futuras. Durante estes 20 anos cansamos de apagar incêndios lá, cuidar e agradeço a todos que fizeram este trabalho comigo, equipe voluntária da Prefeitura, parceiros. Conseguimos evitar em 2017 um incêndio muito grande que até optei por combater o fogo nos terrenos particulares, recebi críticas, mas foi a decisão correta, porque além de evitarmos queima da área de produtores vizinhos, o parque ficou intacto.

Fornecimento de água

Ralph explicou que a segunda prioridade é a manutenção hídrica. Ele lembrou que o prefeito Manuel Nunes da Rosa em 1934 comprou a área para ela abastecer a cidade e isto perdurou por muitos anos: “Hoje a população do Bairro Nossa Senhora da Penha é abastecida com água de lá, é outro tesouro”.

Educação ambiental

Como diretor do Parque em todos estes anos, ele relembrou ações em prol da educação ambiental: “Fiz palestras para mais de 8 mil alunos, em um Município com 22 mil habitantes. Estudantes de Ibatiba, Mutum, as faculdades de Manhuaçu e Carangola são frequentadoras assíduas. Há aulas de campo, atividades de educação ambiental formando nossos jovens. O Parque virou referência regional neste trabalho, comprovado em livro com assinaturas”.

Turismo

Ele destacou que também há o turismo, para que conheçam nosso patrimônio e o valorizem, além de gerar recurso financeiro. “Turismo se faz com dinheiro de fora, não só com gente daqui mesmo indo lá, porque quem vem de fora compra no comércio, gera riqueza a mais para o Município.”

 Ralph também falou que o Parque Sagui já trouxe recursos para o Município, segundo ele, alguns milhões durantes estes 20 anos. Mas contou que o ICMS ecológico, que ele sempre fez vir para os cofres da Prefeitura, Infelizmente desde 2007 não por falta de cumprimento de requisitos do Município, apesar dele ter alertado.

O que aconteceu com o Parque e a luz no fim do túnel

Ralph disse que apesar do que algumas pessoas têm dito, não foi culpa dele o Parque ter ficado nesta situação. “Sempre mantive neutralidade partidária e tratei a respeito do parque com todos os prefeitos, mas esta situação não continuou até hoje. Não estou aqui para denegrir ninguém, nem enaltecer, mas falar a verdade. O que aconteceu é que o Município assinou um convênio como vinha sendo feito nestes 20 anos com a gente e não pagou. Eu trabalho através de uma empresa que gera despesa, folha de pagamento, INSS e FGTS. Sem receber nossa instituição ficou um ano sem pagar INSS acreditando que a Prefeitura tomaria as providências e a gente sempre dando voto de confiança, durante um ano. De junho do ano passado, até junho deste ano eu trabalhei fazendo tudo, até lavando banheiro, sem receber. Quando completou um ano a Ong Força Verde teve que me dispensar para não gerar mais despesa e ficamos inaptos para assinar convênio. Ai eu tive que me afastar do Parque. Não abandonei o parque, foi o parque que me abandonou”, contou ele.

Ele disse que sem outra alternativa, moveu ação contra a Prefeitura para receber o que é devido, mas não gosta desta situação: “O presidente da ONG fica chateado, porque ajudamos a criar o parque, mostramos resultados e fomos tratados desta forma”.

Prefeito em exercício disse que vai regularizar e retomar o trabalho

O diretor do Parque contou que procurou o prefeito em exercício Carlos Alberto Gonçalves e depois de esclarecimentos, conversas, acendeu uma luz no final do túnel: “O prefeito me chamou e disse que quer regularizar e voltar tudo a ser como era antes e agradeço a ele. Fiquei feliz de saber. Paguei um preço alto, fiquei sem receber este tempo todo, mas mesmo que recomeçar demore, que seja o quanto antes para que no futuro as gerações usufruam deste trabalho”.

Ralph e equipe fizeram projeto em tempo recorde para receber verba

Apesar de não trabalhar mais na Prefeitura, diante da possibilidade da vinda da verba de 250 mil reais que o vereador Jésus Aguiar pediu para o Parque, do Ministério do Turismo, ele colaborou junto com uma equipe para cumprir o prazo do envio do projeto.

“Agradeço ao vereador Jésus Aguiar por ter conseguido esta verba, com ajuda também da Rosiana Castro, mas o recurso chegou com o prazo estourado e para não perdermos o prazo concluímos um projeto complexo em apenas 12 horas. Ficamos por conta disto, eu, Fabrício Ribeiro do IEF, Rodrigo Salazar secretário de Meio Ambiente e o Bruno do convênio, que está na Prefeitura, muito qualificado, muito inteirado do assunto e ainda fez audioconferência com pessoa de Belo Horizonte”, contou aos vereadores.  

O que também ajudou, segundo disse, é que ele tinha boa parte do projeto pronto e o Fabrício também tinha.

O Vereador Xandinho ouviu atento as explicações: “Hoje ouvimos uma palestra, uma aula sobre meio ambiente a partir da história do Parque do Sagui. Todos deviam ouvir”, disse.

Ralph e mesa

 

 

 

 

 

 

 

  


Lado Mário Jr 5 dez 19

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Lado Elaine 5 dez 2019

Robison Araújo da Silva
Robison Araújo da Silva disse:
09/12/2019 19h07
Sou técnico judiciário da Justiça Eleitoral do Espírito Santo. Tenho como rob a apreciação contemplativa da natureza, sem dela nada tirar. Meu rob é direcionado principalmente pela documentação fotográfica de unidades de conservação. Tenho convites de parceiros de Manhumirim para visitar esse maravilhoso parque, o maior em extensão de Minas Gerais. Um país não pode só pensar em desenvolvimento e capital. Temos que preservar nosso planeta para as gerações vindouras, e antes disso, pensar no direito a vida das espécies, na riqueza genética da nação. Já pensou um Brasil composto somente de brasileiros, cães, gatos, vacas, porcos e demais animais domésticos? Nossas florestas dependem de cada espécie para perpetuar as diversas espécies vegetais. A natureza construiu um sistema complexo, incompreensível de inter-relações das espécies. A extinção de uma espécie altera completamente a dinâmica de um bioma. A simples ausência de um felino, que é um controlador de populações e catalizador de processo evolucionários, pode destruir completamente um bioma levando à extinções de muitas outras espécies. Torso para que esta Egrégia Câmara de Vereadores tomem a mais sábia das decisões. Não vamos pensar em despesa. Vamos pensar em investimento nas nossas riquezas, que para serem renováveis antes de tudo têm que ser preservadas no pouco que ainda existe. Um forte abraço espiritual às Suas Excelências. Ass.: Robison
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