AMAR enfrenta crise financeira e corre risco de fechar
O presidente da Associação Manhumiriense dos Amigos Reunidos (AMAR) Sérvulo Barbosa, o Tá Barbosa, falou na Tribuna da Câmara na reunião de quinta-feira, 1º de março e deu uma triste notícia: “Infelizmente se continuarmos sem previsão de recursos teremos que fechar dentro de 30 dias”. Ele contou que a despesa da AMAR fica em torno de 18 mil reais e atualmente, somando repasse do Município e contribuições dos internos que podem e de doadores, uma arrecadação em torno de 9 mil. Mas segundo ele este valor não é fixo, porque tem meses que as contribuições diminuem mais. “Fomos aos clubes de serviços, segmentos religiosos, prefeito e estamos comunicando a possibilidade de nosso fechamento. Não temos dívida, mas neste mês de março não temos previsão de receita e se não tivemos como arrecadar, vamos gerar dívidas e multas. Ai teremos que fechar. Nosso maior inimigo é o tempo”, explicou.
Ele considera que 10 mil reais é um valor muito pequeno para que a entidade feche. Questionado sobre programas do Estado, respondeu: “O Estado não apoia o terceiro setor. E é o que faz um trabalho eficaz e gratuito. Mas cuidar da saúde é dever do Estado que não ajuda e cobra quase 3 mil reais de impostos”. Ele destacou que a sociedade se sensibiliza pela fé e amor ao próximo. E contou que a sede da AMAR está há 4 meses com problemas no telhado e chove dentro da entidade, o que tem atrapalhado o trabalho.
Contribuições podem ser feitas no escritório da entidade, em uma sala no térreo da Maçonaria, com a secretária Rose, de 2ª a 6ª das 13 h às 17h. A pessoa pode fazer doação única ou pagar um valor no carnê. Outra opção é fazer depósito identificado nos caixas do SICOOB de Manhumirim, conta 16141-1. Os vereadores disseram que vão se empenhar para ajudar a resolver o problema, pedindo ajuda, fazendo audiência pública com políticos e a sociedade.
O vereador Xandinho disse que o repasse da Prefeitura é de 3 mil e 200 reais e poderia ser maior. E acha que uma audiência com a sociedade pode ajudar. O vereador Roberto Bob disse que vai buscar ajuda com deputados. O vereador Jésus Aguiar lembrou que infelizmente há uma lei no Brasil que em ano de eleição não pode vir recurso de emenda parlamentar. Mas ele prometeu se empenhar para encontrar uma solução. A vereadora Ana Paula Destro lembrou que outras entidades também estão passando por dificuldades e sugeriu que o Município ajude pelo menos este mês para que a entidade ganhe tempo e analise se tem como aumentar o repasse. O presidente Sérgio Borel se comprometeu a fazer a audiência: “Vemos o brilho nos olhos de vocês que fazem o trabalho por amor. E o olhar de quem tem alguém na família dependente é diferente. Vamos marcar uma audiência pública não só com prefeitos, vereadores, mas empresários. Vamos voltar a buscar ajuda como na época da construção. É lamentável ver esta situação. Mas agradeço pela confiança nesta Casa. Vamos dar a volta por cima, vencer este momento difícil”.
As consequências de fechamento para o Município
A AMAR foi fundada em 2003 e só a partir da construção da Fazenda Terapêutica a AMAR tem 6 anos de prestação de serviço à sociedade, tendo passado por lá aproximadamente 200 pacientes, com índice de aproveitamento de 85%. Sérvulo destacou a importância deste trabalho: “Estas pessoas voltaram ao convívio familiar, deixaram de dar problemas para a saúde, para a polícia. Nosso trabalho é construir pessoas”. Foi lembrado que na época da construção houve ajuda de muitas pessoas, inclusive empresários da cidade. Sérvulo explicou que a estrutura da AMAR é invejável, feita dentro das normas da ANVISA. E alerta que se ela for fechada, além da perda do atendimento em Manhumirim ela pode se tornar um elefante branco, ser sucateada e sofrer vandalismo. “Nosso estatuto e regimento recomendam que se ela fechar as portas será doada para outra entidade municipal. Ai eu pergunto: Qual entidade poderá assumir? Todas estão em dificuldades. É preocupante e triste, um projeto bonito que vem fazendo tanto bem passar por isto. Foram muitas famílias, muitas mães que enxugaram suas lágrimas através do trabalho da AMAR com seus filhos.” Ele também alerta que se deixarmos de ter este tratamento aqui, será um retrocesso, precisando enviar pacientes para outros municípios e a despesa será maior. Mas há outra questão não menos importante. A Associação preserva o meio ambiente no local.