Amar realiza audiência pública para aprovar novo Estatuto

por Assessoria de Comunicação publicado 17/11/2017 11h05, última modificação 17/11/2017 11h49
Associação está pedindo ajuda da sociedade
Amar realiza audiência pública para aprovar novo Estatuto

Audiência Pública da AMAR: atualização do Estatuto e pedido de ajuda.

Na quarta-feira, 15 de novembro, às 17 horas, a Associação Manhumiriense de Amigos Reunidos, AMAR fez uma audiência pública na sede da Câmara de Vereadores para leitura e votação do novo Estatuto da entidade e também a leitura do Regimento Interno. A Associação possui uma Fazenda Terapêutica no Córrego do Ventania, área rural de Manhumirim e trabalha para recuperar e reinserir na sociedade dependentes de álcool e outras drogas. Estavam na audiência, presidida por Hélio Mendonça, a diretoria e equipe técnica da AMAR e convidados. A audiência contou com representante da Prefeitura, a secretária municipal de Promoção Social e Cidadania Irani Ursine Mendes, da Câmara com os vereadores Xandinho e Mário Júnior, professores, representantes de igrejas, clubes de serviços como a Loja Maçônica Propter Humanitatem que enviou o representante Tarcísio e se colocou à disposição para colaborar, Alcoólicos Anônimos, APAE, órgãos do Estado como Emater e DER. No momento dos votos, todos levantaram a mão como gesto de aprovação.

A AMAR realiza um trabalho respeitado no Município e possui uma equipe multidisciplinar com coordenador, psicóloga, assistente social, monitores, educador específico, secretária, assessor jurídico e contador, para dar total apoio àqueles que decidem lutar contra a dependência química. Mas está pedindo ajuda financeira. Para consertar o telhado da casa uma rifa está sendo vendida, como disse o monitor Gláucio Sardir: “Tenho muito orgulho de fazer parte da AMAR e peço doação de todos. Ajudem-nos a vender e comprem.” A associação também tem carnês para as pessoas contribuírem com a quantia que puderem. Diante da crise, o presidente Hélio Mendonça falou: “Atualmente está muito difícil conseguir recursos e ajuda da sociedade. Estamos passando por um momento financeiro muito difícil.”  Geni Martins, que já foi presidente da Associação alertou Geni: “Não podemos deixar que a AMAR entre na lista do que a cidade já teve. Tivemos convênios cortados, estamos em dificuldades. Vamos ajudar, trabalhar, eu faço o que posso. Tenho problemas de dependência de álcool na família e sinto na pele o que é enfrentar isto.”

A necessidade de atualizar o Estatuto

A assistente social Míriam Patrício Pinto se disse feliz por ver pessoas da sociedade civil na audiência, por ser um movimento importante para Manhumirim. Ela explicou sobre a importância de atualizar o Estatuto Social de acordo com o Marco Regulatório: “Esta lei estava em construção desde 2014 e se tornou real mesmo em janeiro. Veio para regularizar, legitimar, legalizar e nos dar garantia de direitos. Vocês são vozes ativas e vão reforçar, também, a credibilidade de nossos serviços como comunidade terapêutica.”

A psicóloga Heloísa Helena Duarte ocupou a tribuna para destacar a participação diferenciada das comunidades terapêuticas: “É importante a gente enfatizar que somente nestes últimos 5 anos já passaram pela AMAR aproximadamente 200 pessoas e de cada 10 residentes, 7 estão de pé. Em porcentagens, aqui no Brasil e no exterior, as comunidades terapêuticas são as que mais têm resultados positivos. Hoje temos vários meios de tratamento, e este é um deles, mas porque este? Ele não é pautado em tratamento clínico, pois em clínicas assim, o paciente toma remédio, fica de cama no início e nosso trabalho é diferente, é terapêutico, com laborterapia, trabalhos em grupo, convivência, em várias outras técnicas e eles mesmos vão se redescobrindo, reestruturando para enfrentar a dependência química. De forma livre, vão compreendendo através das atividades, dos horários, da disciplina. Nosso trabalho é sério e juntos, com este Estatuto aprovado, reafirmamos que lá trabalhamos em prol da vida.”    

O presidente Hélio Mendonça disse que o Estatuto era muito amplo, com obrigações que não faziam parte da área de atuação da AMAR, por isto a necessidade da mudança para atender o que preceitua a legislação: “Nós da diretoria fizemos várias reuniões, ouvimos especialista de Caratinga, e nestes anos que a AMAR vem funcionando, agradeço aos ex-presidentes que me antecederam, Élio Rodrigues e Geni Martins, pois durante este tempo já vem sendo feito este estudo. Portanto ele foi muito bem feito e estamos submetendo agora à nossa sociedade, muito bem representada aqui hoje.”

Ele também afirmou que a AMAR gostaria de poder receber mulheres, mas a falta de recursos financeiros impede.

Algumas orientações para admitir os pacientes

O coordenador da AMAR, Fernando Martins de Oliveira disse que a associação não faz internações compulsórias, porque o paciente precisa passar por exames completos antes de ser internado, ser avaliado e eles não receitam medicamentos, nem podem prender a pessoa na fazenda. “Até os dentes são examinados antes da internação. Se o paciente disser que não quer mais o tratamento, tentamos convencê-lo a continuar. Caso insista em sair, nos comunicamos com a família”, disse Fernando. A internação é de até 9 meses e o paciente pode voltar, mas o prazo desta volta vai depender do motivo de sua saída. Ele ainda disse: “Temos uma parceira bacana com o SENAR, e levamos cursos profissionalizantes, como manutenção e manuseio de roçadeiras, plantio de hortaliças, agricultura e outros. Neste final de mês teremos de plantio de café e seus cuidados, serviço que tem muito em nossa região.”  Fernando falou sobre o trabalho ambiental que é desenvolvido na fazenda e  citou o projeto realizado com o grupo Meninas e Meninos de Manhumirim com o plantio de quase 4 mil árvores, mas muitas foram vítimas de queimadas praticadas em outra propriedade próxima e que eles não conseguiram conter, atingindo parte da fazenda.

O presidente Hélio Mendonça explicou que ao fazer os exames, a AMAR evita entrar na alçada do Município, como aqueles que precisam de atendimento no CAPS, por exemplo, que é da área da Secretaria de Saúde. Ele contou que há uma parceria, seja através dos promotores ou dos juízes: “Já passaram na comunidade terapêutica recuperandos de nosso presídio através de penas alternativas, pessoas que se recuperaram, irmãos nossos que passaram por lá e hoje estão bem.”  Ele destacou  a importância da orientação espiritual através do trabalho diário feito pelas igrejas. E contou como a AMAR conseguiu diminuir o preconceito da sociedade com os dependentes químicos: “Formamos uma rede com a sociedade, com a Secretaria de Educação, Emater, Sindicato dos Produtores Rurais, Sicoob, entidades, hoje temos alegria de dizer que uma meta que alcançamos foi quebrar esta diferença entre o dependente químico e a sociedade, quebramos este paradigma”. 

ESTATUTO AMAR 1  ESTATUTO AMAR 2

Presidente da AMAR, Hélio Mendonça.      

ESTATUTO AMAR 3  ESTATUTO AMAR 4

Assistente Social Míriam Patrício Pinto.                                                        Psicóloga Heloísa Helena Duarte.

ESTATUTO AMAR 1VVV5  ESTATUTO AMAR 6

Conselheira Fiscal Geni Martins                                                                  Representante da Loja Maçônica Propter Humanitatem Tarcísio.

ESTATUTO AMAR 8  ESTATUTO AMAR 7

Pres. Hélio Mendonça ladeado pelos monitores Fernando (E) e                 Momento da votação: Estatuto aprovado.

Gláucio.

ESTATUTO AMAR 9   ESTATUTO AMAR 10

Sebastião Marcolino: participou do início da construção.                                 

ESTATUTO AMAR 11  ESTATUTO AMAR 12