Câmara de Manhumirim debateu sobre o Autismo no mês de conscientização
A Câmara de Manhumirim levou o tema do mês de abril ao debate na última reunião da Câmara (07/04): o Espectro Autista. O presidente da Casa Mário Júnior convidou para falar na tribuna a fonoaudióloga Silvina Portugal, que tem 8 anos de experiência na APAE e tem trabalhado desde o ano passado com o Autismo na Prefeitura de Manhumirim.
NÚMEROS ESTÃO AUMENTANDO
Segundo ela explicou, a pessoa que possui o Espectro Autista pode ter dificuldades na fala, na comunicação, no comportamento e na interação social. E citou pesquisa recente onde diz que a prevalência está crescendo, porque em 2004 era 1 caso para 166 pessoas, mas em 2021 já subiu de 1 caso para 44 pessoas.
A SOCIEDADE PRECISA SER CONVOCADA A ENTENDER
O vereador Alexsandro Lemos perguntou como a sociedade pode ajudar.
"A gente tem que preparar a família em primeiro lugar, porque quando ela recebe o diagnóstico fica perdida, por não saber o que fazer, porque a própria sociedade rejeita, e se a sociedade rejeita, a escola muitas vezes rejeita, as pessoas rejeitam também.”, explicou Silvina.
Ela completou que uma criança com o Autismo chora, grita, faz escândalo e acham que ela é pirracenta, mas não sabem o que há por trás, por isto é preciso fazer campanhas, estudos para saber como lidar com este transtorno.
O vereador Benísio Enfermeiro elogiou a Prefeitura que fez convênio com a APAE, mas reforçou que a sociedade pode ajudar sim.
“Sabe como as pessoas podem ajudar? Deixando de soltar fogos de artifícios com estampidos, saber comemorar o futebol sem tanto barulho, porque faz muito mal a estas crianças”, defendeu.
O FUTURO DO AUTISTA ADULTO
A vereadora Juliana Ananias, que também é professora, defendeu que é preciso cuidar do Autista não só na infância e adolescência, mas também na fase adulta, após a conclusão do Ensino Médio.
"O número cada dia é maior de diagnósticos, talvez porque agora temos muitas especialidades médicas, mas não só os autistas, outras crianças com outros problemas. Como elas estão sendo preparadas para depois, para fazer uma faculdade ou outras atividades? O que fazer para que pelo menos elas tenham acesso ao trabalho, sejam recebidas pelo mercado?", questionou.
A fonoaudióloga respondeu que as empresas estão mudando a mentalidade e já contratam pessoas com o Espectro Autista, mas não se pode negar a dificuldade. "Vagas de trabalho já são difíceis para as pessoas em geral, imagina para quem tem Autismo? Mas um dado importante é que eles concentram em uma função de tal maneira que realizam um trabalho rapidamente, sendo que uma outra pessoa levaria muito mais tempo, mas é preciso que esta pessoa seja preparada", destacou Silvina. E insistiu que devem ser feitas campanhas educativas com a população.
O presidente Mário Junior disse que a Câmara tem levado estes temas ao debate, participado das campanhas e elogiou a Secretaria de Saúde e a APAE que têm abraçado esta causa.
“Eu quero agradecer a receptividade da Secretaria de Saúde e da administração da APAE, pela sensibilidade diante de tantos casos acontecendo, porque se os diagnósticos tão complexos estão sendo feitos, é graças ao trabalho destes profissionais, o levantamento nas escolas, a atuação desta equipe multidisciplinar”, elogiou o presidente e reforçou a importância de falar sobre o assunto para buscar ainda mais atendimentos de qualidade.