Em debate na Câmara situação dos veículos da Educação e Saúde

O requerimento nº 19 dos vereadores Mário Junior e Xandinho com pedidos de informações sobre a situação dos veículos do Município colocou no centro do debate na Câmara os problemas decorrentes da falta de manutenção e sucateamento dos carros, como o perigo à vida de alunos e pacientes.

As solicitações do requerimento

No requerimento aprovado no Plenário da Casa está a pergunta se os ônibus escolares passaram por revisão mecânica preventiva em 2019 e se o Município tem recebido os repasses do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar-PNAT e se sim, quais os valores. Pergunta, ainda, se o Município tem recebido repasses do Programa Transporte Escolar-PTE e, se sim, quais valores. 

O requerimento também pede ao chefe de transporte para enviar à Câmara documentação atestando o estado dos veículos que fazem transporte intermunicipal de pacientes da Saúde e também dos ônibus e vans que fazem transporte de alunos, além de informações sobre quantos e quais são os veículos do Município que fazem estes transportes nas duas secretarias. 

Por fim, foi perguntado quantos e quais são os veículos terceirizados pelas duas secretarias. Os requerimentos auxiliam no trabalho de fiscalização dos vereadores. Após aprovado na Câmara ele segue para a Prefeitura e as respostas são aguardadas.

Vereadores estão preocupados com famílias da zona rural

O vereador Xandinho disse que, na quinta-feira de manhã, a população ligou para a Rádio e fez muitos questionamentos sobre a situação dos transportes escolares e contou sobre a diminuição da frota, que é composta parte com carros do Município e parte contratada: “Soube que as vans terceirizadas que estavam fazendo transporte escolar na zona rural não estão mais por falta de pagamento. A gente ouve as pessoas reclamando, ligando para dizer da dificuldade na zona rural como no Caatinga, Ouro, Tavares. Temos que ouvir os moradores da zona rural. Tem aluno do Bonfim que está andando 3 quilômetros a pé para ir à Escola dos Tavares e isto é muito sério. A frota é responsabilidade de todos nós e temos que saber”, disse.

Município precisa de carros novos

O vereador Xandinho ainda afirmou que a Prefeitura estava com licitação marcada para a sexta-feira (22/03), um dia depois da reunião da Câmara e ele espera que novos veículos sejam comprados, inclusive conseguiu uma verba para ajudar “Eu consegui 100 mil através de emenda parlamentar do Deputado Federal Leonardo Monteiro que atendeu a um pedido meu e espero que sejam comprados veículos. Como ajudei, posso cobrar”.

Alunos chegam atrasados ou faltam as aulas por falta de transporte

O vereador Mário Junior que também é professor disse que há alunos atrasando ou faltando às aulas e que as comunidades deveriam ser avisadas se não der para pegar os alunos. Outra situação relatada por ele é o ônibus passar, estar muito cheio e até deixar alunos para trás. “É muito perigosa a superlotação, especialmente em caso de algum acidente. As informações que pedimos sobre as verbas são importantes porque sabemos que a frota está desgastada”, afirmou.

Ônibus escolar tem carregado o dobro do número de alunos

O vereador Xandinho também foi indagado por moradores do Boa Vista, Tavares e Bonfim. “Um pai me contou que andou 2 quilômetros e meio com sua filha de 5 anos e a mãe lactante de 4 meses, ou seja, com a criança nos braços. O ônibus da cidade está carregando o dobro de alunos e estamos chegando ao caos.” O vereador explicou que quer saber se a verba está vindo para poder cobrar soluções com mais veemência e que tem carro no pátio da prefeitura sem arrumar. “São perguntas que fizemos através de ofício em janeiro e não tivemos respostas”.

Carros da Saúde também precisam de manutenção

O vereador Mário Junior relatou que viu de perto uma ambulância: “O presidente Anderson Dedé testemunhou comigo e ela estava sem buzina, sem giroflex, não tem itens de segurança e estava sem freio trabalhando no final de semana. Isto é um perigo. Por isto queremos que alguém assine atestando isto, ou que parem estes carros. Não podemos brincar com a vida das pessoas.”

Alunos indo a pé para a escola

A vice-presidente da Câmara Ana Paula Destro também falou que está sendo procurada por munícipes:  “Tenho sido cobrada e estou à disposição da população. Me ligaram do Córrego Caatinga porque eles estão tendo que levar os meninos a pé na escola e as crianças estão ficando sem estudar. Alegam para eles que o repasse não está vindo. Pode ter diminuído mas não tem deixado de vir, principalmente na Educação. Não só este córrego mas em todos os outros. Tem que valorizar quem mora na área rural.”

Falta de merenda escolar

A vereadora Ana Paula ainda falou sobre falta de itens nas escolas: “Também ouvi muitas reclamações sobre a merenda escolar e fui ver pessoalmente. Não está tendo café, leite para as crianças, carne, é outro descaso com nossas crianças e adolescentes. Não justifica uma escola estar sem merenda. Tem verba para isto.”

Ainda sobre o transporte escolar

A vereadora fez requerimento em 2018 sobre o transporte escolar: “Pedi informações no ano passado e responderam que foi feita revisão e não foi feita. Pode quebrar uma peça e consertar, mas manutenção mesmo não. Há problemas em outros setores do Município também. Fica aqui a minha indignação com o sofrimento da população, do comércio. Espero que isto passe rápido. E que possamos, nesta era de problemas tanto no país, quanto no Município, nas redes sociais, sermos fortes. Que Deus nos ajude.”

“Município está estagnado”

O vereador Sérgio Borel desabafou: “Nosso Município está estagnado, tudo que é feito é maquiagem. Esta administração é uma ilusão. Vejo funcionários sofrendo e tem aqueles coagidos porque não podem falar nada. Há funcionários com medo de assinar os procedimentos. O povo nos cobra e com razão, porque lá está um caos, desrespeito com a comunidade, com os pais de alunos. E a casa ainda não caiu, vai cair muito mais e falo isto com tristeza. Ando pela cidade no comércio e sou abordado por 10 a 15 pessoas pedindo ajuda, porque a situação está muito séria. A população tem que saber que estamos falando, cobrando, agindo.”