Equipe do CREAS falou na tribuna sobre violência contra a mulher
Na sessão da Câmara (19/08) a equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, CREAS esteve na Câmara a convite do presidente Mário Junior para falar sobre o trabalho que o Centro realiza no Município e sobre a violência contra a mulher. A equipe tem como integrantes Graziela Pires (coordenadora), Simone Feitosa (Assistente Social), Sávia Knupp (Psicóloga), Lara Magalhães (Advogada), Lorrane Furtado e Joana D’Arc (Técnica Administrativa). O CREAS funciona no local do antigo postinho do Isidoro e denúncias podem ser feitas lá ou pelo telefone 3341 2049.
A coordenadora Graziela falou na Tribuna da Câmara sobre o trabalho do CREAS, que pertence a Assistência Social e explicou que o Centro defende exclusivamente o direito violado, como negligência e abandono, ameaça e maus tratos, violência física, psíquica e sexual, discriminações sociais e infringência dos direitos humanos e sociais. “Estamos completando um ano do Projeto “Respeitando as Diferenças”.
A Assistente Social Simone Feitosa falou sobre a violência contra a mulher e narrou a história da mulher que deu nome à Lei Maria da Penha, a Lei n. 11.340 de 2006 que completou 15 anos neste mês. Após a aprovação a lei já passou por mais de 20 mudanças para aprimorar sua eficácia.
A história de Maria da Penha
Simone relatou que Maria da Penha, estudante de bioquímica, conheceu o colega de curso Marcos Antônio com quem casou buscando a felicidade em família, mas o marido foi se revelando violento, deu um tiro nas costas dela, a eletrocutou no banho e a mantinha em cárcere privado. Apesar da condenação ele não ficou preso. Maria da Penha terminou em uma cadeira de rodas, foi à luta e se tornou símbolo da luta contra a violência sofrida pelas mulheres e sua história ficou conhecida mundialmente.
“Este agosto lilás vem nos sacudir para a realidade da mulher brasileira e não precisamos procurar na televisão porque em nossa própria cidade tem. A equipe do CREAS luta pela igualdade dos direitos, principalmente os direitos da mulher”, alertou Simone.
Projeto “Respeitando as Diferenças”
Ela contou que o então promotor Gustavo mostrou um projeto voltado para as mulheres e como o CREAS trabalha com os direitos violados, abraçou a causa. Segundo explicou acontecem reuniões semanais com grupos para debater vários assuntos dentro da Lei Maria da Penha: “Atualmente estamos com 12 pessoas, fazemos reuniões à noite com estas pessoas e nossa equipe. A juíza encaminha para o CREAS, apresenta o projeto para o agressor, a gente faz uma entrevista, relatório e entregamos à juíza mostrando quais providências foram tomadas, quem participou e quem não. Não divulgamos este projeto por ser um trabalho sigiloso”.
Simone disse que é a primeira vez que a equipe é convidada para falar sobre o trabalho que desenvolve e considera a iniciativa muito importante para a sociedade, que precisa enfrentar os problemas no sentido de combater a violência de qualquer tipo.
Vereadores elogiaram o trabalho e pediram que o CREAS tenha um local de trabalho mais estruturado
O presidente da Câmara Mário Junior elogiou o trabalho do CREAS que ele disse saber ser muito difícil e que a Câmara também tem debatido o assunto inspirado no agosto lilás, mês de enfrentamento à este tipo de violência.
“O Legislativo tem uma participação importante neste processo. Temos que trazer estes temas para a legislação, debater com a população, porque esta realidade não é distante, acontece aqui e temos que nos manifestar para garantir o direito à vida para todos os cidadãos”, disse.
A vereadora Juliana Ananias parabenizou as integrantes do CREAS e destacou que a equipe faz um trabalho fundamental também de ajuda a quem trabalha na Educação. “É bom termos vocês para contar quando precisamos e estou muito feliz com a presença de todas, mais mulheres aqui na Câmara e também está aqui representante da ACIAMA Mulher. Tenho muito orgulho de poder trabalhar com vocês quando precisamos e contar com o carinho que nos atendem sempre”, disse a vereadora.
O vereador Xandinho defendeu uma sede melhor para o trabalho: “Eu sei relatos de pessoas que já passaram por este trabalho de vocês que ajudou na recuperação de famílias e quando a gente fala de agressão contra a mulher não é só física. Já pedimos um local mais estruturado, porque o CREAS merece um olhar diferente não só do Executivo Municipal, porque ele soluciona muitos problemas também enviados pelo Judiciário. É preciso um local melhor para receber as pessoas, porque material humano a gente tem, mas falta mais estrutura física. Se não der para sair do local em que está, que seja reformada a sede”, defendeu o vereador.
A vereadora Darci Braga elogiou o trabalho da equipe: “Sabemos que a cada dia é uma dificuldade a mais, mas esta equipe está brilhando em Manhumirim. Nossas portas estão sempre abertas”.
O vereador Rodrigo Soares falou sobre a atuação do CREAS e disse que em seu trabalho como advogado interage com a equipe que sempre auxilia a saber como agir em situações que muitas vezes chegam nos escritórios no dia a dia. “Infelizmente os conflitos familiares precisam de equipe para orientar e a gente percebe que elas têm esta capacidade de ajudar a entender melhor o que está acontecendo com uma família. Estes casos precisam ser tratados com sigilo, respeitando a privacidade das pessoas”, disse o vereador que ofereceu apoio e destacou, também, a atuação do secretário de Assistência Social Hélio Mendonça.
O vereador Sandro Ribeiro contou que quando veio para a Câmara saiu praticamente de lá, por ter sido presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e reforça o pedido por melhorias no local de atendimento: “O trabalho é importante, desenvolvido todos os dias, destaco o trabalho da Lorrane feito no Bairro Nossa Senhora da Penha, sei que ela não o faz sozinha, acompanhando, ouvindo as pessoas e nem tudo é tranquilidade, mas elas são firmes e encaram os problemas de frente e este trabalho salva muitas vidas, parabéns”.
O vereador Alexsandro Lemos se colocou à disposição da equipe. “Parabenizo por fazer valer o direito de quem mais precisa”.