Lida na Câmara denúncia de cidadã com pedido de investigação
Foi protocolada na Câmara uma denúncia feita por cidadã do Município para que a Câmara abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito a respeito de supostos desvios de verbas públicas na APAE de Manhumirim em 2017. Foi veiculada reportagem sobre este mesmo caso que já está sendo investigado pela Polícia Civil e a diretoria da entidade disse que ela própria pediu investigação denunciando ao Ministério Público.
O assessor jurídico da Câmara Frederico Raul Nogueira explicou que para a Casa começar uma CPI é preciso ter a assinatura de pelo menos 4 vereadores, o que até o momento não aconteceu.
O vereador Jésus Aguiar defendeu que a investigação seja feita. “Fico espantado e achei de extrema gravidade, porque diz aqui que na Ata da entidade as doações não eram contabilizadas no balancete. Sou a favor de investigar todas as denúncias que chegam aqui na Câmara”, disse.
O vereador Roberto Bob concorda e disse que “apesar de não ter servidores municipais lá, tem dinheiro público municipal, cerca de 312 mil reais por ano e quando abriram a CPI contra mim, lembro que o vereador Sérgio Borel votou sim dizendo que quem não deve não teme, por isto não há problema em investigar neste caso. Quando o gestor passado faltou com o repasse do convênio à APAE, devido a falta de repasse do ex-governador Pimentel, o pessoal da entidade veio aqui na Casa reivindicando o repasse, agora quando se fala em desvio temos que verificar sim, até considero difícil acreditar nisto, ainda mais para atender pessoas especiais e se não olharmos por eles, quem vai olhar? Aqui é uma casa de leis, eu mesmo estou passando por processo e se tiver que ser punido serei, mas que seja igual para todo mundo”, defendeu o vereador Roberto Bob.
O vereador Sérgio Borel disse não é contra abrir CPI, mas que confia na direção da APAE. “Eu acredito que são pessoas na direção doando o tempo para ajudar a instituição, sendo que muita gente não assume e a Associação que era pequena hoje está grande. Por lá passaram pessoas que se dedicaram com amor, como o Senhor Rene Rabello, que tirou dinheiro do bolso muitas vezes para ajudar e tiveram outras pessoas que ajudaram. Eu perguntei a eles quem denunciou no Ministério Público e apresentou documentação para que fosse investigado e me responderam que tinha sido a própria direção da entidade. Se tem erro, doa a quem doer tem que ser punido, se errou tem que pagar”, disse o vereador Sérgio.
“De acordo com o parecer, também em conversas com a Polícia Civil e o Ministério Público, ficamos sabendo que os poderes competentes já estão tomando as providências, mas a Câmara está à disposição caso um terço dos vereadores ache necessário”, disse o presidente Anderson Dedé.