Motoristas do Município foram à Câmara pedir apoio aos vereadores
Na reunião da Câmara desta quinta-feira (05/04) motoristas da Prefeitura de Manhumirim foram solicitar apoio aos vereadores. Eles querem um plano de cargos e salários que garanta suas reivindicações, entre elas, piso salarial e definição de turnos de trabalho.
O vereador Roberto Bob disse que como líder de governo vai levar as demandas ao secretariado e buscar as respostas: “Abracei a causa que não é problema de agora, o salário foi defasando ao longo dos anos e eles têm um trabalho de muita responsabilidade. Sei que todos os vereadores apoiam, para evitar que piore nos próximos anos. Estamos aqui para ouvir e melhorar para os servidores públicos que são como nossa família”, disse. O vereador, que foi procurado por um grupo de motoristas no dia 27 de março, também apresentou indicação durante a reunião com os pedidos por escrito que foi aprovada pelo Plenário e será enviada à Prefeitura. Ele explicou que este tipo de projeto o vereador não pode fazer, só a Prefeitura.
As reivindicações apresentadas
Falou na tribuna popular o motorista Bruno Amaral, em nome dos demais motoristas: “Como porta-voz dos companheiros, agradecemos a oportunidade de expor à sociedade nossos pedidos e pretensões de direito nas causas pertinentes a nossa classe trabalhadora. Nossa remuneração está muito defasada, não apenas por nossas funções, responsabilidades e toda disposição prestada mas também pela falta de adicional noturno, insalubridade e periculosidade.” Ele disse que há motoristas que têm bonificações por tempo de casa ou hora extra, mas são todos assalariados e passam pelas mesmas dificuldades e citou que comparando Manhumirim com outras cidades do mesmo porte, a remuneração deles é a pior para a classe, o que pode ser visto no portal da transparência.
Quanto ao turno de trabalho ele explicou: “Ficamos à disposição da prefeitura em intervalos ociosos e isto nos impede de ter outras atividades ou descansar. “O cumprimento das 8 horas diárias começando às 5 horas da manhã terminando à meia-noite, acarreta ônus à nossa saúde e nos mantém completamente vinculados ao compromisso de fazer nossas linhas itinerárias sem que isto seja computado em nossos honorários, gerando indignação e frustração diante da carreira profissional”, concluiu.
O presidente Sérgio Borel falou sobre as diárias dos motoristas: “É uma honra recebe-los aqui em busca dos direitos. Eu sou testemunha porque meu filho usa o transporte escolar e sei da situação. Eu penso que as diárias de vocês, de todos os motoristas, precisam ser depositadas antes da viagem, e não um mês ou dois depois, como já aconteceu. Agradeço por confiarem nesta Casa.”
O vereador Mário Junior disse que é preciso falar sobre os carros: “É uma questão de segurança para vocês e os alunos. É muito mais do que aumentar salário, que é justo, mas vale menos que as vidas, porque tem carro que está complicado de rodar, os motoristas fazem milagres, subindo e desendo com aluno, sem monitor que estão colocando agora de novo. Há porta que não abre e isto tem que ser lembrado, a condição e segurança de trabalho. Cobrem isto também, porque a vida de vocês não tem preço”.
A vereadora Ana Paula Destro falou sobre a indicação que fez em 2017 pedindo manutenção e revisão de todos os veículos que compõem a frota da Prefeitura, segurança para eles e para a população que utiliza. “Antes ninguém buscava os direitos e acho muito importante a atitude de vocês agora, porque é direito”, disse. Ela afirmou que falta manutenção adequada nos veículos e que tem cobrado por isto.
O vice-presidente João da Casa Franco falou sobre a escala de trabalho: “O que estão fazendo é serviço escravo, porque levantar às 5 da manhã e parar à meia-noite, nem ir ao um aniversário podem. A prefeitura precisa enviar para cá a proposta de melhorias para ser aprovada e o vereador Roberto Bob pode ajudar como representante do governo.
O vereador Jésus Aguiar disse que a reivindicação dos motoristas é justa, mas que é preciso entender o momento de dificuldade que a Prefeitura passa e citou 185 mil reais de gestão anterior que o Município vai ter que pagar. “Isto é dinheiro que poderia ser usado para aumentar salários, mas já não vai poder. Acusam, mas há coisas que pegam de surpresa o gestor”.
O vereador Xandinho disse que a situação não é fácil de resolver, mas já houve um ganho, porque este mês eles receberam hora extra: “Tomara que seja todo mês. O problema de vocês só vai ser resolvido se o prefeito mandar para a Câmara um plano de cargos e salários. De outra forma, nada vai acontecer. O Bruno falou na tribuna sem atacar ninguém, mas foi um pedido de socorro, porque eles têm família para tratar. Vamos acabar com salários altos e pagar melhor os funcionários de carreira.”