PL que classifica templos religiosos como essenciais é aprovado em segundo turno
Os vereadores aprovaram por maioria de votos, em segundo turno, o Projeto de Lei nº 10 de autoria do vereador Sargento Edgar que pretende estabelecer que as igrejas, templos religiosos de qualquer culto e as comunidades missionárias sejam reconhecidas como atividades essenciais, especialmente nos períodos de pandemia, sendo vedada a determinação de fechamento total. O projeto prevê, ainda, que para funcionar as igrejas e templos terão que seguir um decreto, observando o distanciamento necessário entre os frequentadores, como determina o Estado. O projeto dividiu opiniões e foi aprovado com 6 votos a 4.
Veja como votaram os vereadores e o que disseram
O vereador Sargento Edgar defendeu o projeto de sua autoria. “Meu projeto fala sobre distanciamento, álcool em gel, máscaras e os pastores, as pessoas, são responsáveis e vão tomar cuidado”, argumentou. O vereador Lequinho da Van disse que “a gente sabe e os pastores, padres, todos sabem que a situação está feia, sabem da responsabilidade, dos cuidados e as pessoas têm nas igrejas apoio, eu voto favorável”. Também votaram favoráveis os vereadores Alexsando Lemos, Benísio Enfermeiro, Juliana Ananias e Rodrigo Soares.
O vereador Xandinho contou que muitos pastores o procuraram para questionar e acharam equivocadamente que no primeiro turno ele votou para fechar igrejas. “Sou a favor de continuar igrejas abertas, mas contrário ao projeto. O que eu sou contra é aglomeração de pessoas nesta pandemia e este projeto só vale quando for preciso fazer lockdown, ou estarmos na onda roxa. Eu mesmo vou todo domingo à Igreja, mas há álcool na porta, exigência de máscaras, distanciamento e queremos que todas façam isto. Agora abrir de qualquer maneira mesmo em tempo de lockdown, é uma grande responsabilidade, preocupo com as famílias que podem perder seus entes queridos se contaminando” disse o vereador.
O vereador Sandro Ribeiro também disse que foi questionado por ser assíduo frequentador da Igreja. “Eu vivo Igreja todos os dias, tenho meus compromissos graças a Deus, por isto não estou votando para fechar igrejas, mas para ter cuidados com as pessoas. Nós somos a igreja, a gente busca Deus para acabar a pandemia, pra acabar tudo que estamos vivendo e hoje continuo com meu voto contrário a este projeto”, explicou.
A vereadora Darci Braga também disse que não se trata de votar contra as igrejas, “não sou contra igreja abrir, tem que ficar aberta, atender as pessoas, mas sou contra o projeto. Eu mesma me sinto bem, me sinto abençoada nas igrejas até para nos ajudar a passar por esta pandemia, mas se tiver onda roxa, lockdown, não pode aglomerar porque as famílias correm muito risco e os casos aumentaram muito. Estamos preocupados com a população, porque muitas pessoas simples nem sabem que está perigoso e vão às igrejas. O que não queremos para nós, não queremos para o povo”, explicou a vereadora.
O vereador Dedé Motoboy disse que tem vários amigos evangélicos, pastores e ele mesmo é católico. “Vou à missa e não sou a favor de fechar as igrejas, mas eu visito várias igrejas e vejo que há aquelas que exigem máscara e álcool, mas o distanciamento não está sendo respeitado em algumas, e sei de famílias contaminadas, inclusive crianças, por isto sou contra o projeto, mesmo porque a situação já é regulamentada por decreto do Executivo”, disse o vereador.
O projeto agora segue para votação em mais um turno. O presidente da Câmara só vota em caso de empate, por isto não votou.