Preço dos combustíveis foi tema de debate na Câmara
Um dos assuntos em debate na reunião da Câmara de quinta-feira, 23 de novembro, foi o preço dos combustíveis em Manhumirim. Não é a primeira vez que os vereadores falam sobre isto, diante das reclamações das pessoas. O vice-presidente da Câmara João da Casa Franco levou este problema em uma das reuniões, já no início do ano. E agora o tema foi novamente proposto pelo vereador Jésus Aguiar, também falado por outros vereadores. Por isto a Comissão de Direitos do Consumidor, formada pelos vereadores Benísio Enfermeiro, Jésus Aguiar, Roberto Bob e suplente João da Casa Franco, enviaram ofício aos postos de combustíveis fazendo um convite no intuito de dialogar com eles e compreender esta diferença de preços para outros municípios próximos. Foram à Câmara Bernardo Silva Mendes, do Centrão Auto Posto e Thales da Cruz do Posto JK que se dispuseram a esclarecer aos vereadores e ouvir sugestões.
Os questionamentos
Foi perguntado porque em cidades a poucos quilômetros de Manhumirim, como Martins Soares e Manhuaçu, o preço é mais competitivo. Os postos acabam perdendo clientes, como disse o vereador Jésus Aguiar: “Várias pessoas estão abastecendo fora de Manhumirim. Ai eu pergunto se não é melhor ter um preço menor e mais clientes.” Bernardo disse que estas perguntas são recorrentes: “Eu respondo perguntas deste tipo todos os dias lá no posto. Temos três parâmetros fundamentais. Um deles é a notinha, anotar para pagar depois, que é costume aqui, o outro é o cartão, diferente de postos mais baratos que só aceitam em dinheiro e à vista e por último, nosso atendimento, que é diferenciado. Em relação à bandeira, posso afirmar que a diferença da minha para Manhuaçu é de 15 centavos. Aqui temos menos de 23 mil habitantes e Manhuaçu está em uma BR e com uma população de aproximadamente 90 mil e o volume de vendas faz diferença.” Ele também contou que atualmente a Petrobrás faz aumentos diários, o que não acontecia antes, e não é possível ficar repassando os reajustes para os consumidores, prejudicando a margem de lucro dos postos. Os vereadores perguntaram porque os postos daqui também não oferecem pagamento em dinheiro para cobrar menos. Bernardo disse que diante da tradição em Manhumirim, trabalhar com dois preços hoje não funcionaria. Segundo ele quem paga depois tem um acréscimo nas compras, já o pagamento por cartão e em dinheiro têm o mesmo valor da bomba. “Em Manhumirim tem 5 postos e se eu extinguir no meu, perco os clientes para os outros”, disse Bernardo. Thales da Cruz, do Posto JK agradeceu pelo convite e explicou que o posto precisa ter litragem de venda e no caso do posto de Martins Soares, o dono tem uma rede com 30 postos com um volume grande de vendas, por isto o preço dele é melhor. Se todos comprassem à vista seria ótimo, mas atualmente eu preciso comprar com prazo, porque meus credores me pagam depois. Ele contou que tem este posto e um em Lajinha. Lá ele não tem a prática do fiado, e consegue trabalhar melhor. O presidente Sérgio Borel lembrou que o debate não é para criticar quem paga com notas, mas encontrar uma forma de melhorar os preços. Thales disse que 99 por cento dos clientes que compram a prazo pagam corretamente. “Eu só estou dizendo que não tenho como diminuir o preço para receber depois”, explicou. Outra situação apontada por Bernardo é que há posto de fora que cobra menos, mas já tem uma dívida enorme com a Receita Federal por sonegação de impostos e que o trabalho dele é correto.
O vereador Mário Junior sugeriu que os donos dos postos pensem em incentivar o pagamento à vista para ir mudando esta mentalidade: “Vocês precisam ter recursos para pagar os caminhões de combustíveis. E tem outra questão. Quando alguém vai a outra cidade abastecer, ele também vai nos outros comércios lá. É uma cadeia que enfraquece o Município como um todo.” O vereador também citou a compra por aplicativo que sai mais barato. Bernardo explicou que este aplicativo é da distribuidora e quem dá desconto é ela, sendo que o posto paga uma mensalidade por isto. O vereador Roberto Bob disse que a população fala que os postos fazem Cartel. Bernardo explicou: “Eu falo por mim, não existe isto. Todos compram pelo mesmo preço e vendem por preços parecidos. Cartel é crime. O pessoal só olha a gasolina, mas tem os outros combustíveis e os preços não são iguais. O preço não é tabelado.” O vice-presidente João da Casa Franco também defendeu preço diferente para quem vai pagar à vista. Bernardo ainda disse que ele tenta melhorar de alguma forma para o consumidor, mas com os aumentos diários da Petrobrás não estão conseguindo. “Podem ir ao meu posto. Mostro notas, documentos e vocês vão ver que não estou fazendo nada fora do normal”, disse. O vereador Mário Junior sugeriu que sejam feitas campanhas de conscientização para que as pessoas façam um esforço e paguem menos, pagando à vista: “Ai pode sobrar dinheiro para outras necessidades”. O vereador Xandinho agradeceu: “Agradeço muito por terem vindo aqui em respeito a esta Casa. Se trouxemos vocês aqui é porque é um anseio da comunidade. O gás de cozinha subiu muito também e tudo envolve a Petrobrás. Tem coisas que a população nem sabe. E na segunda-feira faremos a audiência sobre o Código Tributário que pode impactar seu comércio também. Temos que pensar nisto.” Os vereadores Anderson Dedé e Frederico Franco agradeceram, como disse Frederico: “Vocês que nem são daqui, estão tendo coragem de falar sobre o assunto e tiveram consideração com a Câmara de Manhumirim e nossa população”.
Bernardo Mendes do Auto Posto Centrão.
Thales da Cruz, posto JK.