Professora leva à Câmara PL sobre os direitos de quem sofre de Fibromialgia
Fibromialgia. Nem toda a sociedade conhece este nome. Mas devia. É uma doença que causa, entre outras reações, dor e sensibilidade no corpo todo, nas articulações, músculos e tendões. Além disto, causa fadiga, distúrbios do sono, dor de cabeça, depressão, ansiedade, dormência e formigamento. Só para se ter uma ideia, a doença impediu a pop star Lady Gaga de se apresentar no Rock in Rio deixando os fãs desolados. Por isto Lessandra Sônia da Silva, professora e líder voluntária da Associação de Fibromiálgicos – Anfibro região Sudeste visitou a Câmara de Manhumirim na noite desta terça-feira, 27 de março para falar sobre o assunto. Ela, que também é portadora da síndrome, foi recebida pelo vereador Xandinho que representou a Câmara neste primeiro encontro. Lessandra entregou ao vereador um modelo de projeto de lei que prevê o Dia Municipal da Conscientização sobre a Fibromialgia e também a garantia de direitos, como prioridade em filas e estacionamentos no Município. Ela pediu que os vereadores o coloquem em tramitação e votação.
É uma dor considerada sem causa e sem cura e muitos pacientes levam anos até receber um diagnóstico, porque os resultados dos exames médicos parecem estar normais, então os médicos não sabem de onde vem a dor. Segundo estudo na Inglaterra, acredita-se que essa doença está relacionada a níveis anormais de certas substâncias químicas no cérebro e com mudanças na forma como o sistema nervoso central processa a informação sobre a dor, incluindo o cérebro, a medula espinhal e os nervos. A herança genética também pode se causa de maior predisposição.
“Sou professora e tem dia em que eu não consigo me levantar para ir trabalhar. Todos que têm a doença sofrem com isto porque a doença não é visível, somente com o diagnóstico, por isto pode parecer desculpa, mas acreditem, não é”, explicou ela. Moradora de Manhuaçu, Lessandra contou que já são conhecidos 120 casos naquela cidade e que está levando o projeto para outros municípios, já que todos convivem com esta realidade. Segundo informou, de cada 10 casos, 7 são mulheres de 30 a 60 anos, mas pode dar em crianças e idosos. Apesar de todos os casos, a sociedade fala pouco ou nada sobre isto e nem há políticas públicas para auxiliar estes pacientes, garantindo seus direitos. Prova disto é que a Anfibro que é a Associação Nacional nasceu de um encontro dos próprios portadores da doença que se conectaram pelas redes sociais. O vereador disse que vai levar o projeto aos demais vereadores.