Professores da Escola Estadual Alfredo Lima foram à Câmara contra a municipalização

por Assessoria de Comunicação publicado 07/09/2018 22h35, última modificação 07/09/2018 22h58
Vereadores manifestaram apoio unânime: “Também somos contra”
Professores da Escola Estadual Alfredo Lima foram à Câmara contra a municipalização

Professores da Escola Estadual Alfredo Lima na Câmara: apoio dos vereadores contra a municipalização da Escola.

EEAL 1Vestindo uma camisa preta com a inscrição “NÃO À MUNICIPALIZAÇÃO”, professores e apoiadores da Escola Estadual Alfredo Lima participaram da reunião da Câmara desta quinta-feira (06/09). O diretor da Escola Luciano Lemos falou na tribuna e pediu aos vereadores que assinassem uma carta de pedido de apoio para tentar evitar que a Escola seja municipalizada. “Fomos surpreendidos com a informação da Secretaria Estadual que tinha chegado lá um pedido de municipalização da Escola. Este pedido não passou pela Superintendência Regional de Ensino, que seria o caminho normal, não foi divulgado para a comunidade e foi direto para a Secretaria intermediado por um deputado”, disse o diretor. 

A carta levada pelo diretor à Câmara pede aos vereadores que intercedam junto ao Executivo Municipal em prol do cancelamento do pedido de municipalização, tornando sem efeito a solicitação protocolada no gabinete da Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais, no dia 10 de agosto de 2018, através do Ofício 208/2018 e do Ofício 44/2018 do gabinete do prefeito. O diretor afirmou que o pedido foi feito: “Há documentos públicos que comprovam o pedido de municipalização da escola, não se trata de notícia falsa e a superintendente regional de Ensino, também em nota, confirmou que o pedido estava colocado ao secretário que precisou, como é de praxe, passar o caso à regional”. Também foi levado à Câmara pelo diretor um abaixo-assinado com 2 mil assinaturas e, segundo ele, ainda não terminaram de colher todas elas.

Luciano Lemos contou que a superintendente regional Vitória Magalhães foi convidada e esteve na Escola Estadual Alfredo Lima uma semana antes em assembleia geral com a comunidade escolar e reafirmou que o pedido está lá mesa do secretário estadual.

O diretor Luciano Lemos argumentou: “A Escola tem 70 funcionários estaduais, entre eles 40 efetivos, 600 alunos e para onde vão todos eles? Muitos destes alunos saíram do Ensino Médio que foi extinguido na Escola Doutora Conceição, passados para o Estado, sob alegação de que onerava o Município. Sabendo dos custos gerados por tal iniciativa, como aumento da folha de pagamento para o Município que já está no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal, gastos com alimentação e manutenção de uma escola de 600 alunos, salários, passa de 1 milhão e meio de reais por ano. Isto está previsto nas leis orçamentárias para o próximo ano? Os salários dos professores municipais são muito defasados em relação aos do Estado e isto vai impactar o comércio local, com menos dinheiro circulando, pois o que recebemos compramos aqui. Sem falar na história, na memória de muitos ex-funcionários, ex-alunos, de muitas famílias que por ali passaram. Perder a história da escola é perder parte da história do Município”, disse ele sob aplausos da assistência.

Terminando sua fala, o diretor convidou a todos os interessados para irem à Escola: “Mesmo com dificuldades, com ajuda aqui e ali, temos laboratório de informática em perfeitas condições, sala multimídia, salas de aula com carteiras de excelente qualidade, professores de todas as áreas, excelentes profissionais e agora nossa meta é melhorar nosso índice no IDEB”.  Os vereadores assinaram a carta e deram apoio verbal.

Os posicionamentos contrários dos vereadores

EEAL JésusVereador Jésus Aguiar: “Suas palavras são sábias, fomos pegos de surpresa e tenho certeza que se isto for para ir adiante, o prefeito nos chamaria lá porque certamente teria forte resistência de sua base aliada. O Município não está em condições de assumir mais custos. Sou contrário e fiquei sabendo através das redes sociais, nunca conversei sobre este assunto com o prefeito.”




EEAL DedéVereador Anderson Dedé: “No dia que vi esta notícia chamei o prefeito, disse a ele que sou contra e ele me respondeu que não iria mais mexer com isto. Em minha opinião o Município não está aguentando nem com as escolas que já tem”.




EEAL FredericoVereador Frederico Franco: “Eu também queria dizer ao diretor, aos professores e alunos que sou contra. Estudei naquela escola, passei parte da minha vida ali e estou a favor de vocês. Jamais serei favorável a isto”.





EEAL AnaVereadora Ana Paula Destro: “Sou contra e minha posição não é novidade. Acho que se não tivéssemos descoberto antes, só iríamos ficar sabendo como aconteceu sobre a Escola Doutora Conceição. Sabemos da dedicação de vocês e penso que municipalizar uma escola estruturada como a Alfredo Lima não tem sentido. Penso que é ato político”.



EEAL XandinhoVereador Xandinho: “Tenho uma amizade muito grande com o diretor Luciano Lemos, estudamos 6 anos juntos e também tenho história pessoal na Escola Alfredo Lima onde fui aluno de 1984 a 1989. Mas alerto que nossa assinatura nesta carta é comum. O que vai tornar esta carta com poder de ação é cada vereador procurar seu deputado e não deixar isto acontecer, pois não temos poder de decisão.  E o deputado que assinou este ofício, há vereadores que vão trabalhar para ele e podem dizer que são contra. Acordo político não pode prejudicar nossa cidade. A Escola Estadual também tem lutado e melhorado e temos que valorizar nossas escolas para que elas sejam referência na região”.


EEAL JoãoVice-presidente João da Casa Franco: “Também já estudei na Alfredo Lima. Podem contar com meu apoio, porque sou contra a municipalização da Escola”.





EEAL MárioVereador Mário Junior: “Nosso voto não pode mudar isto, mas nosso posicionamento. Esta escola é referência na Superintendência, até me emociono porque sou professor lá e é uma decisão muito séria que envolve muitas pessoas. Não pode ser tratada desta forma. Estamos sem chão, porque é uma história de vida de nossos colegas, dos alunos envolvidos. Temos que entender qual o motivo deste pedido. Temos que vestir a mesma camisa, não é hora de oposição nem situação. Precisamos de um posicionamento por escrito, um cancelamento”.


EEAL ElaineSecretária da Mesa Diretora, vereadora Elaine Freire: “Quero dizer ao diretor e aos professores que meu filho estudou na Escola e também sou contra”.





EEAL SérgioPresidente Sérgio Borel: ”Estive na escola como pai de aluna, hoje falo como vereador. Vi pais de alunos lá se emocionando, com revolta e decepção. Muitos alunos também choraram quando ficaram sabendo. O trabalho na Escola é sério, pude acompanhar através de minha filha. Não podemos deixar isto acontecer e peço que o prefeito se sensibilize, pense nos professores, alunos e pais. Que ele encaminhe ofício desistindo deste pedido. Como cidadão, como representante do povo, como pai de aluno, faço esta solicitação a ele”.

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