Professores se manifestam contra PEC 287 na Câmara de Manhumirim
Na reunião da Câmara desta quinta-feira, 23 de março, professores das redes municipal e estadual foram divulgar e pedir apoio para a manifestação contra a Proposta de Emenda Constitucional 287, a PEC que trata da reforma da Previdência. Eles afirmaram que esta manifestação não é ligada a partidos políticos. O professor Emiliano Glaydson falou na tribuna popular representando os demais professores e destacou alguns pontos da reforma que eles consideram prejudiciais aos trabalhadores: “O Governo Federal está maquiando dados para que esta proposta seja aprovada. Podemos levar em conta o número sobre expectativa de vida? E de sobrevida? Temos que olhar as questões regionais, pois a realidade não é a mesma para todas e não podemos generalizar. Sabemos que há grandes empresas que não pagam ao INSS, estão devendo uma soma de mais de 400 bilhões”, defendeu ele sob aplausos da plateia. O professor também citou que o texto da PEC não traz a extinção de pensões vitalícias de altos valores dadas a descendentes de aposentados de algumas carreiras. Ele também disse que considera absurdo pagar durante 49 anos, aposentar muito tarde e também igualar homens e mulheres e completou: “Se não falarmos nada não só a nossa, mas as próximas gerações vão sofrer”.
Vereadores assinaram Representação contra a PEC
Os
vereadores afirmaram dar apoio à manifestação. O vereador Xandinho anunciou aos
professores que fez uma Representação exigindo a suspensão da tramitação da PEC
287: “Estamos reforçando o movimento
utilizando o Regimento Interno dessa casa, no Artigo 235 e fizemos uma
Representação para ser enviada à Câmara dos Deputados.” Está no texto: “Tal reforma
condena os trabalhadores a perda do direito de se aposentarem, dada a exigência
de critérios absurdos da idade e tempo de contribuição. A reforma também priva
as mulheres de seus direitos, assim como impede o acesso aos benefícios pelos dependentes
dos segurados. Por fim, a reforma reduz a proteção aos idosos sendo eles os
mais necessitados.” O vereador Jésus
Aguiar disse: “Isto não é uma reforma
previdenciária, é uma reforma escravagista” e listou países onde o tempo de
contribuição e de idade mínima para aposentadoria são menores. “Eu sugiro a esta casa que aprove uma
moção de repúdio para ser enviada aos deputados federais de Minas Gerais”,
defendeu. O presidente da Câmara Sérgio Borel parabenizou os professores pela
iniciativa e afirmou que o Legislativo Municipal vai dar todo apoio ao
movimento. O vereador Mário Junior, que também é professor, disse que é
importante a organização partir dos professores porque eles são exemplos, são
educadores, mas que eles são sempre “para-raios” e questionou a ausência de
outras categorias de servidores que também deveriam estar ali. “Parabéns aos professores, mas onde estão os
demais servidores públicos e pessoas da população?”, cobrou. O vereador
disse que para mobilizar outros setores eles marcaram entrevista na Rádio nesta
sexta-feira com profissionais de outras áreas para falar sobre o tema e no
sábado, às 9 horas está marcada manifestação na Praça Padre Júlio Maria praça
central da cidade. Já na segunda-feira representantes dos municípios da região
vão se reunir numa manifestação na BR 262.
Professores no Plenário Oswaldo Frossard. À frente, vereadores Ana Paula Destro, Xandinho, Anderson Dedé e Frederico Franco.
Da direita para a esquerda, vereadores Jésus Aguiar, Roberto Bob, e Mário Junior. Vereador Jésus sugeriu que os vereadores aprovem Moção de repúdio a PEC 287 com envio para os deputados federais mineiros.
Presidente da Câmara Sério Borel e secretária, vereadora Elaine Freire ouvem o professor Emiliano Glaydson que falou na tribuna popular.
Vereador Xandinho leu a Representação que fez dando apoio à manifestação.
Vereador Mário Junior também é professor e defendeu maior participação da sociedade.