Psiquiatra foi convidada para falar sobre o “Setembro Amarelo” de prevenção ao suicídio

por Assessoria de Comunicação publicado 17/09/2021 12h07, última modificação 17/09/2021 12h07
“Estas pessoas pensam que seu sofrimento tem dia e hora para acabar, por isso algumas aparentam estarem mais felizes à véspera de cometerem o suicídio”.
 Psiquiatra foi convidada para falar sobre o “Setembro Amarelo” de prevenção ao suicídio

Psiquiatra Tayse Silva na tribuna da Câmara convidada para falar sobre o suicídio.

A Câmara recebeu na tribuna a psiquiatra Tayse da Costa Silva, convidada pelo presidente da Casa Mário Junior, para falar sobre a campanha “Setembro Amarelo”, de prevenção ao suicídio.

Ela começou recordando a história de Mike Emme, jovem mecânico americano, morador de Westminster, no Colorado, Estados Unidos, que inspirou a criação do mês de prevenção ao suicídio. 

O rapaz tinha um Mustang antigo que ele recuperou com dedicação pintando-o de amarelo, era aparentemente alegre, cheio de vida, mas cometeu suicídio no mês de setembro, no dia 8. Os pais começaram a incentivar outros jovens a procurarem ajuda caso sentissem necessidade, já que não sabiam dos conflitos internos do filho.

Doutora Tayse disse que há um estigma sobre a saúde mental no Brasil, em que as pessoas não aceitam procurar ajuda. “O índice é alto, porque a cada 40 segundos no mundo acontece um suicídio e no Brasil acontece a cada 60 segundos”, disse.

Doutora Tayse 2 set 2021

 

Ela contou que um paciente com depressão, distúrbio da bipolaridade ou outro transtorno emocional, por exemplo, pode tentar o suicídio ou o autoextermínio, mas que isto não é para chamar a atenção: “Estas pessoas pensam que seu sofrimento tem dia e hora para acabar, por isso algumas aparentam estarem mais felizes à véspera de cometerem o suicídio”.  E alertou que o assunto é muito sério e que a pessoa dá sinal que precisa pedir socorro à família ou amigos.

A importância do CAPS para a saúde mental 

Como ela já atuou no Centro de Atenção Psicossocial, defendeu que o CAPS de Manhumirim merece atenção maior do poder público para os profissionais, como treinamento da equipe e incentivo para um olhar diferenciado ao paciente, porque muitos deles podem viver com tranquilidade. 

O Vereador Benísio Enfermeiro concordou sobre a necessidade do olhar diferenciado sobre o CAPS e disse que é preciso melhorar o salário do médico para que ele passe a receber no mínimo igual ao médico do PSF. “Pedimos que o Prefeito mande projeto de lei à Câmara o mais rápido possível”, pediu o vereador. 

A psiquiatra disse que além da necessidade da valorização salarial é importante o profissional exercer seu trabalho, principalmente na saúde mental, com amor e empatia e explicou que a família do paciente do CAPS é importante porque quem cuida de alguém com problema mental também precisa de cuidados. “O remédio sozinho não resolve o problema do paciente, porque não seria a solução. E o perfil do profissional, mais que a especialidade médica, é fundamental”, disse ela.

O Vereador Edgar endossou quanto a gravidade do tema e disse que é importante falar sobre o assunto: “O suicídio acontece com frequência perto da gente, sem mesmo ficarmos sabendo do motivo e uma conversa pode ajudar muito”. 

O vice-presidente Dedé Motoboy parabenizou e agradeceu a Dra. Tayse pelo trabalho desenvolvido e a atenção dela com os pacientes e os servidores do CAPS enquanto esteve trabalhando lá.

O presidente Mario Júnior também agradeceu à Dra. Tayse por ter atendido seu convite e pelo depoimento na tribuna da Câmara: “Estamos abertos a receber projetos e a participar deles. É importante a participação da família para apoiar o tratamento do paciente”.  E encerrou o momento sobre o tema já convidando a equipe do CAPS para falar na Câmara caso queira: “A sociedade ainda tem muitos tabus que atrapalham a participação e o atendimento”.

PANORAMICA 2 SET 2021

Vereadores participam da campanha de combate ao suicídio. Tema do setembro amarelo está na lapela dos vereadores, nos microfones e nos assuntos tratados.