Semana da Pessoa com Deficiência foi tema na tribuna da Câmara
Remisson Hott, que é deficiente visual, falou sobre a Semana da Pessoa com Deficiência: “É uma semana muito importante para mim e para colegas meus. Aproveito para dizer que Manhumirim precisa se adaptar para que nós possamos transitar, não só deficientes visuais como eu, mas os cadeirantes também. Mesas nas calçadas, colchões, bancas de roupas, churrasqueiras, não tem como a gente passar na calçada e isto fere nosso direito de ir e vir, também para vocês que enxergam.” Ele pediu que seja cumprida a lei que trata do assunto. Ele se referiu ao Código de Posturas Municipal e contou que quase foi atropelado duas vezes por ter que andar fora da calçada. Ele também pediu que os ônibus circulares sejam adaptados e que os vereadores ajudem nesta reivindicação. Outro pedido foi piso tátil nas avenidas JK, Teófilo Tostes e Agenor Carlos Werner e sinal de libras para deficientes auditivos. Remisson também lembrou que é preciso capacitar as pessoas com deficiência para o mercado de trabalho. “Os deficientes não conseguem ter acesso a informática e isto dificulta conseguir empregos”, disse.
O vice-presidente da Câmara João da Casa Franco confirmou o que disse Remisson: “Realmente são cadeiras, mesas, que atrapalham a passagem.”
A professora Rita de Cássia Sanglard, professora de Libras também falou na tribuna: “É com grande alegria que falo aqui hoje, para lembrar que esta semana é muito especial para toda pessoa com deficiência. Temos o dia 10 de dezembro como Dia da Inclusão Social, mas esta semana fala sobre todas as deficiências, para a gente lembrar da importância que estas pessoas têm para a sociedade”. Ela lembrou que a Organização das Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. E o MEC coloca em prática programas e ações que têm como foco o ensino. “Vamos sempre bater nesta tecla: temos que assegurar a matrícula e todos os demais direitos para que os deficientes possam estudar. Tudo começa pela escola, pela educação. Uma sociedade só começa pela Educação e só conseguimos mudar o pais pela Educação. E a criança quando tem uma deficiência precisa ser incluída desde a educação infantil para ela ter condições de seguir em frente. Às vezes esta criança vai para a escola só para socializar, passar o tempo, mas não pode ser assim. Elas aprendem também”, disse Rita.
A professora defendeu que a escola é um espaço privilegiado para o desenvolvimento humano. E quando esta criança interage com as outras crianças, todas elas ganham com isto, até o professor. O espaço se torna rico, porque as pessoas aprendem a respeitar o outro com sua diferença.”
Ela também explicou que na educação inclusiva o foco não é a deficiência do aluno, e sim os espaços, os ambientes, que devem ser feitos para atender. “A gente não deve bater na tecla sobre o que esta criança tem, mas o que ela pode contribuir para a sociedade, sua cultura, sua família, e por isto precisamos de acessibilidade dos materiais pedagógicos, arquitetônicos e nas comunicações para que toda esta Educação viva mesmo de verdade a inclusão.
Remisson Hott sempre participa das reuniões da Câmara. Vários temas tratados, entre eles, a acessibilidade.