Vereadores se reúnem com secretário municipal de Saúde na Câmara
Na manhã de quarta-feira, 12 de julho, o presidente Sérgio Borel, o vice-presidente João da Casa Franco, os vereadores Anderson Dedé, Frederico Franco, Mário Junior e Xandinho se reuniram com o secretário de Saúde Robson Feitosa, a diretora de Saúde Andressa Aguiar e o advogado Filipe Segall Tavares da Controladoria da Prefeitura Municipal de Manhumirim. Eles foram à Câmara a pedido do presidente Sérgio Borel para tratar de assuntos de interesse da Saúde Municipal.
A reunião durou cerca de 3 horas e não é para menos. Os vereadores levaram perguntas ao secretário sobre temas importantes como a possível reabertura da maternidade, melhorias no pronto atendimento, agendamento de exames, consultas, fornecimento de remédios, atendimentos nos PSFs, convênios com consórcios de Saúde, especialidades médicas, qualidade da água, veículos para transporte de pacientes. O secretário afirmou que mesmo diante das dificuldades milhares de atendimentos têm sido feitos do início do ano até agora. Os vereadores defenderam maior diálogo com o Executivo e se dispuseram a ajudar no que for possível. Uma das propostas apresentadas pelo vice-presidente João da Casa Franco é a Câmara servir de mediadora direta entre a população, quando houver alguma reclamação no que diz respeito a área de saúde, ligando para obter respostas. Como disse o vereador Mário Junior: “Como podemos ajudar? Votando alguma lei municipal? Este diálogo é importante para sabermos das dificuldades para não só cobrar. ”
Os assuntos debatidos
O vereador Xandinho perguntou sobre o agendamento de exames mais complexos como Tomografia e Ressonância, já que algumas pessoas reclamam dizendo que não conseguem marcar. O secretário explicou que há um limite de exames mensais que são pactuados, via PPI (programação pactuada integrada) com o Estado e os que são comprados pelo próprio município “Sei que o ideal seria que tivéssemos como atender a todos rapidamente, mas temos um número máximo, porque nossa limitação de recurso financeiro obriga a isto”. Andressa Aguiar explicou que, mesmo assim eles alternam com exames feitos aqui e fora do Município para não deixar as pessoas sem atendimento.
Modernização do sistema
O presidente Sérgio Borel lembrou que há pessoas que insistem em marcar consultas, exames e depois não vão buscar os resultados. Robson afirmou que, realmente há esta situação e que cerca de 30% dos pacientes não buscam os resultados dos exames, gerando gastos desnecessários. Há consultas que são marcadas fora do município, pagas pela Secretaria e o paciente, usuário do sistema, não comparece para realizá-la, fato que está acontecendo com frequência. A solução, segundo ele, seria adquirir um sistema informatizado em saúde, onde todo o trabalho estaria interligado entre todas as unidades de saúde, com isso, o médico veria na tela, em tempo real, quais exames o usuário realizou, o resultado e todo o histórico e prontuário do paciente. Parece fácil, mas depende de uma série de fatores como: internet com maior capacidade, equipamentos e capacitação, a princípio seria um alto investimento. Ele disse, ainda, que existe por parte da Secretaria Municipal de Saúde, um projeto para um curto espaço de tempo para realizar tal demanda, inclusive algumas empresas já realizaram a demonstração de sistemas utilizados na área de saúde.
As obrigações legais
Filipe Segall disse que o Artigo 5º da Constituição Federal garante igualdade de condições para todos, e isto faz com que eles sejam obrigados a pagar procedimentos de alto custo e medicamentos caros de surpresa por solicitação do Ministério Público e expedido pelo Judiciário, que exige o cumprimento da legislação para atender a estes pacientes.
Fila de espera na Policlínica
Sobre a fila de espera, o secretário disse que mudou a maneira de proceder. Abre mais cedo a Policlínica para que todos possam esperar sentados e serem chamados pelo nome: “Mas é preciso que as pessoas entendam que é para aguardar sem ficar lá fora no frio, mas têm que esperar o horário de funcionamento legal da policlínica, ou seja, a chegada dos profissionais, a abertura das salas, e consequentemente o preparo para receber os cidadãos”, explicou.
Consórcio Cisverde
Quanto ao Consórcio Cisverde, os vereadores perguntaram se há o contrato com eles e foi respondido que sim, tudo legalizado. “O Consórcio não limita o número de atendimentos, nós é que precisamos limitar a quantidade de procedimentos, porque não há recurso suficiente para uma demanda livre, porque quanto mais usar, mais tem que pagar”.
Farmácia de Minas
O vereador Anderson Dedé perguntou sobre a falta de remédios na Farmácia de Minas. O secretário respondeu que a Farmácia de Minas é abastecida pelo Estado diante de um valor pago, que é uma contrapartida do Município, e também com recursos próprios do município, e o Estado tem atrasado a entrega dos medicamentos. “Não devemos assumir a compra destes medicamentos, porque corremos o risco de comprar e o caminhão do Estado chegar com os mesmos medicamentos, mesmo assim, como estavam faltando alguns realizamos a compra. Agora lá tem remédios, porque aconteceram as duas situações, mas não sabemos se eles vão entregar nos prazos daqui para a frente”.
Os Postos de Saúde da Família
O vereador Xandinho afirmou que os Postinhos de Saúde são a base, onde pode ser controlada a quantidade de remédios entregues, para evitar que a pessoa receba um remédio com doses para 60 dias, porque se a pessoa não utilizar, há desperdício. O secretário concordou e disse que há casos de pessoas que não gostam que o agente de Saúde vá em suas casas. Robson disse aos vereadores que a partir de agosto os postinhos vão fazer pequenos procedimentos, como sutura, soro, entre outros, com a finalidade de desafogar um pouco o pronto atendimento. E que vai acontecer um rodízio de médicos com especialidades. O postinho do Bairro Nossa Senhora da Penha terá ginecologista: “Ali vai ser o centro e o motivo é que o local precisa dessa especialidade, por ter um maior número de pacientes grávidas com idade baixa e há um aumento considerável de doenças sexualmente transmissíveis, como a Sífilis e a Aids. Um projeto já experimental, começando pelo PSF da Penha, já conta com ginecologista e daqui a duas semanas um pediatra também fará um rodízio nos PSFs, cada semana em um”, explicou ele.
Os exames de Raio X
O vereador Frederico Franco perguntou sobre uma máquina de Raio X que pertence ao Município há alguns anos, mas está parada. Robson disse que, esse equipamento já estava na policlínica, só que nunca foi ligado e partes ainda estavam em caixas. Já foi realizada toda a parte elétrica, as paredes já têm isolamento, baritada (para proteção radiológica) e dentro dos padrões. Entretanto, faltam alguns detalhes técnicos, inclusive a visita de um técnico que emitirá um laudo para a liberação junto à Vigilância do Estado. O atendimento de Raio X é feito no Hospital Padre Júlio Maria e como ele funciona direto, às vezes deixa de funcionar, se desmarca os pacientes, acumulando e fazendo fila de espera. Mesmo assim, segundo eles, a Secretaria consegue disponibilizar uma média de 200 exames de Raio X por mês.
Maternidade
O vereador Anderson Dedé perguntou sobre a possível reabertura da maternidade. O secretário lembrou que o hospital é particular, precisa arcar com uma contrapartida e a maioria dos municípios vizinhos não assume o pagamento de um convênio para seus atendimentos. “Temos apenas 13 mil reais, que estão alocados no município de Manhuaçu, esse valor é pactuado e disponibilizado em Clínica Obstétrica e este recurso tem sido para que os atendimentos sejam feitos no Hospital César Leite, em Manhuaçu, mas eles não estão mais suportando a demanda”, explicou Robson. Ele completou dizendo que para reabrir vão precisar de parcerias. O vereador Xandinho perguntou se não poderia fazer um local de referência aqui possibilitando verbas. Mas a resposta é que as verbas vão sempre para cidades maiores. O secretário afirmou que já foi pensada a possibilidade de atender gestantes somente de Manhumirim, mesmo assim é preciso conseguir recursos e que para o dia 21 de julho está agendada uma reunião que vai tratar do assunto maternidade com a direção do Hospital Padre Júlio Maria, e também a situação do pronto atendimento.
Pronto atendimento
O secretário informou que já há o projeto para o pronto atendimento com mais estrutura, mais profissionais que vai ser apresentado nesta reunião e vai depender da aceitação da direção do hospital. “Não adianta aumentarmos o valor do convênio, se o hospital continuar atendendo do mesmo jeito”, disse Robson.
Veículos e escala dos motoristas
O vereador Mário Junior perguntou sobre os veículos da Saúde e a escala de plantão dos motoristas. Robson e Andressa responderam que há poucos carros o que dificulta o trabalho, mas eles se esforçam para atender e quanto aos motoristas, mudaram a escala para que eles não deem plantão direto. “Quem chega de viagem à meia-noite, no dia seguinte não é escalado”, disse Andressa.
Água pura como prevenção
Por fim o vereador Xandinho levantou a questão da qualidade da água no Município, importante meio de prevenção de doenças. O secretário disse que tem feito análises periódicas e que há minas em Manhumirim impróprias para consumo e placas serão colocadas para avisar.
Conferência de Saúde
No sábado, dia 15 de julho, a partir das 8 horas, acontecerá a 8ª Conferência Municipal de Saúde realizada pela Secretaria e o Conselho Municipal de Saúde no Colégio Santa Teresinha.
Vereadores Anderson Dedé, Frederico Franco, presidente da Câmara Sérgio Borel, o advogado Filipe Segall, diretora de Saúde Andressa Aguiar,
vereador Mário Junior, secretário municipal de Saúde Robson Feitosa, vereador Xandinho e vice-presidente da Câmara João da Casa Franco.